Nem eu sei
Nem eu sei,
quantas vezes cá estive,
quantas vezes me levantei.
Quantos partos passei
num e noutro papel,
onde a Luz era lei.
Minhas mães e pais,
depois filhos e avós,
continuamente brilhais
Fraca tenho a voz
de tanto a usar
prazer e dor atroz.
Marés de sorte
tsunamis de azar
boa e má morte.
Vidas que vivi
sonhos que sonhei
minha luz abri
Bing bang... estive lá
mas aqui agora estou
da luz também sou.
Antes e depois
humana engenharia.
Agora: sois
Presentes encadeados,
impermanência subtil,
pensamentos descuidados.
De tudo senti
de tudo já vi.
Venha mais por aqui !
Que alma minha é
neste corpo decadente
onde milénios de fé
esperaram pelo momento
em que a Luz Grande
tenha o seu final alento.
E depois?
Venha outro tanto,
por quem sois!
(Zé Cortes, 21/7/2008)
3 comments:
Olá. É bem verdade que é difícil fazer selecções, escolhas, entre o que vivemos e sentimos... apenas desejar mais, sempre e sempre mais.
Um abraço
Sim senhor,
deveras inspirado, pois a profundidade das palavras proferidas são de quem está a caminho de um patamar espiritual elevado.
Saudações Reikianas.
NAMASTÊ
A ideia comum de materialismo e de ter não nos permite ver com clareza que podemos Ser e de facto Viver Felizes uns com os outros, que ao fim e ao cabo, é a mesma Entidade.
Obrigado pelos vossos comentários, estou grato do fundo de mim.
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