Friday, November 02, 2007

Epicur e conselho de Chefs


Pois ainda hoje comprei a Epicur, uma revista de prazeres privados e virtudes públicas.
Alfredo Saramago é, e muito bem, seu director.
Este número a que me refiro é o nº 67.
Aqui, entre outros interessantes artigos, há uma série de respostas dadas por 4 chefs da nossa praça referentes a várias questões colocadas pela redacção da Epicur.

Tomo a liberdade de responder também, embora ninguém , obviamente, mo tenha pedido, e faço-o como cozinheiro amador que sou, (independentemente de ganhar a minha vida a cozinhar) calculando que esteja a falar sozinho.
Que me desculpe o Alfredo Saramago, que respeito, por este atrevimento e aparente petulância, mas lá vai disto, mesmo que não me tenha sido dirigido o convite. Cada artigo responde a um ponto, num total de 9 artigos e este é o primeiro.

  1. Horácio, meu ganda maluco !... Hoje ainda havias de te rir com as mesmas coisas. Dois mil anos em tempo humano não é assim tanto, pois aparentemente já por cá andamos há mais de 3 milhões de anos. Entretanto, a nossa busca pelo prazer continua, na mesma, com duas vertentes: aquela em que este nos usa e aquela em que nós nos servimos dele. Na primeira, aparecem normalmente as "bílis e os tumultos" e na segunda mantêm-se os "gostos agradáveis" e os tranquilos humores". A busca do extravagante perseguirá talvez os mais ousados e não duvido que se tivessem encontrado muito boas coisas a partir de algum exagero. Como não ousar, se aí reside a loucura que cria? Chamar-lhe-ia a destruição criativa. Mas, infelizmente, o corpo é que paga. Sempre haverá quem aprenda com os erros dos outros ou com os próprios. Poderemos rir dos disparates alheios ou dos nossos, se para tal inteligência não nos faltar mas, sem uma data de disparates, levaríamos sempre muito mais tempo a chegar seja lá onde fôsse. Espero não estar a dizer nenhum disparate... Imaginem um mundo onde não houvesse espaço para o exagero e o disparate. Que tédio... "- E que tal barriga de porco com caviar?" que disparate, dirão uns, que desperdício, dirão outros. Eu digo: - venha de lá esse acepipe, é bem bom, já provei e gostei, mesmo ! Agora, é preciso que seja feito como aquele que eu provei e aí é que a porca, perdão, o porco, torce o rabo. Entendo o que Horácio pretendia com aquela sátira, e também lhe digo, 2 mil anos depois, que nem tudo o que parece exagero, o seja... mas imagino que, para retirar uma pepita de ouro da terra, seja preciso limpar muita m...

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